A celebração do efêmero

No princípio eram os aplausos que agraciavam um artista e seu trabalho, atualmente uma salva já não é o bastante. Conta-se com premiações de toda espécie e credibilidade: música, cinema, esportes e economia são exemplos de áreas que detêm premiações anuais de reconhecimento. O Twitter, a famosa rede de microblogs da internet, ganhará seu primeiro troféu através de uma emissora adolescente de televisão.

O canal MTV Brasil também realiza a sua festa anual, em que costumava premiar os melhores clipes musicais. Agora para integrar o mundo da interatividade, o canal abriu uma categoria para que os twitteiros também possam ter em seu currículo o titulo de vencedor. O que chama a atenção é a rapidez com que se decidiu eleger “O melhor Twitter do Ano”, já que a febre no Brasil ainda nem consegue contabilizar seus seis meses.

Os indicados também são duvidosos e irrelevantes, três apresentadores moderninhos de televisão, um técnico de futebol e uma celebridade do Orkut. Os televisivos, por exemplo, se diferem muito pouco; usam de ironia simplória ou sacadas rápidas de humor que servem para cativar o público jovem sedento por uma piada pronta. O técnico, por sua vez, recentemente afirmou nem ser ele quem realmente publica suas mensagens e a celebridade do já esgotado Orkut utilizou-se de um software para aumentar seus seguidores. Nota-se que é preciso ser popular para ser o melhor.

Nem tudo no mundo do Twitter é superficialidade e juventude. Vale lembrar a importância que a rede teve nas últimas eleições no Irã, ou ainda na campanha presidencial americana no fim do ano passado. Há ainda pesquisadores, jornalistas e escritores que dosam cotidiano com conteúdo, não caindo no pedantismo da intelectualidade ou muito menos se rebaixando às banalidades pessoais.

Mas a questão fundamental não está no que existe de qualidade no Twitter, mas sim na banalização e na irrelevância do elogio. O próprio espaço oferecido, os famigerados 140 caracteres, é paliativo, não rendem conteúdo quando isolados. A palavra-chave da rede é a integração, o Twitter só adquire proporção quando reflete o pensamento coletivo, existe até uma seção chamada “Trending Topics”. Ali são elencadas as palavras mais citadas, os assuntos de pertinência não só no Brasil mas também no mundo.

Premiar o nada e o singular não irá conferir qualidade ao vencedor. Entretanto, se o objetivo for conseguir mais seguidores e popularidade, o prêmio é um grande negócio. A fama pela fama também é produto, e não é de hoje que seduz os mais diversos profissionais, sérios ou não. Que o escolhido goze de sua congratulação com a mesma rapidez com que será substituído por alguma outra tendência digna de um mérito qualquer.
Vejam o imbecil do Marcos Mion, vencedor da baboseira, chorando como o idiota que é:


6 comentários:

Daniel Rocha disse...

Acho a premiação do twitter realmente peca, no entanto acho que o discurso do Mion nada tem a ver com o prêmio em si e sim com satisfação pessoal em alavancar sua carreira tendo como pano de fundo a MTV

Anônimo disse...

esse negócio de twitter do ano é de longe, uma das coisas mais jecas que eu já vi.

Sílvia Mendes disse...

eu odeio o marco smion e to bebad oi taísaaa tchua

Taísa disse...

Fico feliz que alguém aqui esteja bebendo.

łee disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
łee disse...

Sinceramente, eu não perco meu tempo com um site, ou seja lá o que for aquilo, onde os usuários se limitam a escrever sobre o que fazem de meia em meia hora. O cúmulo do voyeurismo.
Taísa, blog bárbaro. Abraços