Por um mundo com mais Lolitas de sunguinha e cabelo bagunçado

Você começa a notar que está deixando de ser Taísa Szabatura quando desperta para mais um dia toda ruborizada e contente. Taísa Szabatura acorda todos os dias sedenta pelo sangue dos pedreiros da construção do andar de baixo e não com os pensamentos nos garotinhos que fazem a alegria das pré-adolescentes da atualidade. Jovens beirando a casa dos vinte anos com o estilo totalmente fabricado para arrancar os suspiros das leitoras da Capricho. Ora, que dia incomum, pensei, afinal, eu sou do time do tiozão. Amo um tiozão.

Saí para trabalhar maquinando sobre a necessidade desses seres humanos serem comercializados livremente. Não produtos que levem seus nomes ou seus videozinhos de sexo com a coleguinha da Disney, mas eles prórprios como num mercado de carnes. Assumindo minha postura maternal gorda, resolvi atolar a frustração em um imenso bolo de chocolate enquanto discutia um assunto qualquer de secretária via email. Distraída lambuzei todo o teclado com chocolate e derrubei café na mesa. Admiti para mim mesma que as coisas não poderiam continuar assim, pelo menos não no trabalho. Isso, nada de piranhagens no trabalho.

No caminho até a faculdade passei por duas escolas abarrotadas de adolescentes pré-moldados. Cabelo bagunçado e um olhar blasé para a rodinhas das meninas. Concentrei-me nas minhas próprias unhas, pois até saber se eles já chegaram aos ternos dezoito anos não há nada que eu possa fazer legalmente.

Assustadíssima com essa nova preferência resolvi conversar com uma amiga. Foi com muita vergonha que admiti à ela essa minha situação inglória. Esperei pelo seu escárnio e irônia, mas o que ouvi foi um sincero "eu poderia dançar pra sempre aquela coreô da Ciara", referindo-se a um vídeoclipe do Justin Timberlake.

Sem ajuda, roí as unhas enquanto lia O Morro dos Ventos Uivantes para dar uma arejada nos pensamentos. Heathcliff foge muito do estereótipo da sensação adolescente; vingativo, puto-da-cara e com um look cigano. Comecei a analisar que na verdade eu só sou uma pessoa muito sozinha que escuta vozes e quer um namorado a qualquer preço.

Depois de muito amargar na tristeza durante a minha aula de Radiojornalismo resolvi pensar positivo. Sempre fui conhecida por ser uma Maria Gradução, ou seja, aquela que não pode ver um mestrando por aí que vai logo se assanhando. Sair dessa ilusão só poderia ser sinônimo de benefício. Melhor ouvir alguém que não têm nada na cabeça, mas tem um rostinho angelical do que ouvir um pedante-que-fuma-fazendo-pose.

Tarde da noite e na volta para casa naquele ônibus socado de calor humano decidi não me importar mais com isso. Vou aproveitar a fase para alugar filmes como Crepúsculo, High School Musical e qualquer outro que tenha o Ryan Gosling no elenco. Superei a fase "colonos" bem como a fase "mecânicos" relativamente sem prejuízos, talvez acotença o mesmo dessa vez. Se bem que nenhuma mulher abandona definitivamente a fase "mecânicos".

O importante num caso delicado com esse é não perder o espírito esportivo, o pior que pode acontecer é eu terminar com um pôster do Robert Pattinson na parede do quarto. Como diria a frase de uma fã que li na internet: "Vai fazer essa cara de novilho desmamado assim lá em casa, querido"

Eu vou entender se esse blog nunca mais for acessado por ninguém.

7 comentários:

Unknown disse...

Que blog???

Phillip disse...

poxa, Half Nelson é legal pacas.

Larissa Guerra disse...

o mais engraçado é que pessoas sensatas depois de lerem crepúsculo invariavelmente procuram ler "o morro dos ventos uivantes."

e nem sei quem é sua amiga que dançaria eternamente a coreô da ciara. NEM SEI.

Joana disse...

Minha mãe foi uma das que não abandonou... Resultado: meu pai é mecânico!
haha

Normal, normal.
Você com seus pré-adolescentes, e eu com meus ginetes.
;D

Sílvia Mendes disse...

Eu sou muito mais o Jacob.

Anônimo disse...

Poutz...

borges disse...

diversão é o que se encontra aqui!!
eeta nóis!!!
o trabalho te fez um bem danado, dona Taísa.