Neste país chamado Brasil só a Sandy segue os princípios de Tolstói

Sou facilmente influenciável e daí estou nessa fase "Tolstói" que consiste em basicamente ler a obra completa do autor. Dificilmente lerei os dez milhões de ensaios do cara, mas a ideia é a tal da imersão e etc. Pois bem, para resumir tudo em 140 caracteres como nos manda o figurino atual, Tolstói pregou a castidade, o evangelho, a não-violência e o amor a natureza. Dentre algumas personalidades, pode-se dizer que ele influenciou Gandhi, Chris McCandless e Taísa Szabatura.

Bem, Gandhi vocês sabem, Chris McCandles é o cara do filme (e livro) Na Natureza Selvagem (recomendo) e Taísa Szabatura é a pessoa que escreve este blog (eu me recomendo). Vale a pena falar um pouco sobre McCandless, pois pessoalmente vejo com bons olhos as escolha que o rapaz fez na vida, e preciso que vocês, senhores mais velhos e com uma formação literária mais avançada (parto do pressuposto que só imortais da ABL leem meu blog), falem sobre o porquê de eu ficar tão impressionada com um rapaz que doa todo seu dinheiro e vai viver no Alasca com pouquíssimos recursos em nome de uma vida longe dos vícios da sociedade. É claro que sou nova, quero mudar o mundo e acho que vale a pena morrer por um ideal, e a pergunta que me faço é: essa fase da vida acaba para todo mundo? Sou um clichê juvenil? Sou apenas mais uma universitária com ideias impossíveis? Por que na maturidade a regra é desdenhar de tudo?

Não sei se vocês entenderam o que eu quis dizer no parágrafo anterior, então vou escrever as mesmas coisas com palavras diferentes para o texto ficar mais longo e parecer que domino a milenar técnica da argumentação. Eu compro a maioria das idéias, não só de Tolstói, mas também as de Thoreau, Emerson e Jack London como sendo verdadeiras. Eu acredito nelas, eu as defendo e reflito a minha existência sobre seus preceitos (vegetarianismo e outras fadigas etc). Eu começo, para dar um exemplo, a ler "O reino de Deus está em vós" e, de repente, fixo meu olhar na parede, meio que não entendo nada, meio que entendendo, discordando e principalmente refletindo sobre o que leio. Gente, eu passo horas olhando para a parede e como fico exausta nesse processo. Como sou boba, não sei viver. Tolstói estava loucão quando escreveu aquilo.

E talvez eu seja mesmo uma ignorante que deturpa conceitos e não vê 'o todo' e se perde 'em partes', realmente tenho dificuldade com algumas questões tais como: como não dar um tiro na cabeça ao se dar conta da realidade? Eu sempre voto em me matar.

Graças a deus que isso aqui é um blog pessoal e não precisamos falar sério, mas droga, que chato é viver se com suas amigas você só pode falar de maquiagem ou coisas afins. Se elas ao menos ficassem peladas. E quando você quer falar de qualquer coisa que destoe do mundo mágico dos assuntos padrões alguém solta a frase "Ai, cada um sabe de si, você viu o vestido da Marcinha?" ou "Vamos beber que religião e futebol não se discute eeeee". Tenho horror a qualquer religião e A-D-O-R-O (com letras brilhantes e saltitantes dignas do MSN da Marcinha) bancar o ateu fundamentalista depois da 13ª dose de tequila. Resumindo: eu sou o cara chato que ninguém convida pra sair. Minha salvação é que sou loira, meio bonitinha e ninguém está nem aí para as coisas que eu falo. (Isso na verdade é bem triste)

Porém, se você conhece os autores que citei acima (todo mundo conhece, eu sei) você pode simplesmente me dizer que Tolstói, apesar de ter pregado a castidade etc, teve treze filhos e que Chris McCandless, apesar de qualquer filosofia, morreu de fome no Alasca. Só Thoreau foi TRUE, paguemos pau. Ou seja, não sei qual é a salvação, se é que precisa ter uma. Não sei a moral da história. Só sei que me perco muito nesses conflitos da "alma". Ninguém fala sobre nada, o importante é ter um iPhone e baixar o aplicatico xis que todo-mundo-usa-menos-você, mas nem vamos entrar na questão do iPhone.

Quero dizer que sou muito pobre. E sendo muito pobre não posso largar todas as minhas posses e ir morar no mato. Juro que se eu largar tudo e ficar pelada no mato renunciando a todas as coisas etc., o Santander encontrará uma maneira de me dizer "Senhora Taísa, possuímos um pagamento em aberto". O dia que falarem Srta. Szabatura quem sabe eu até pague. Que chato nem ser casada. Tá, nem quero casar de fato, mas não acharia ruim ter uns seis filhos. E olha que agora eu até tenho um namorado, mas é meio recente e quando tento pedir filhos ele começa a falar de Radiohead ou de países da Ásia. Na verdade nem sei do que ele começa a falar.

Vou tentar postar pelo celular, peraí, vamos ver se rola.

7 comentários:

Daniel disse...

Acabei de ler um livro, tenho um iPhone, não quero saber de Asia, adoro Radiohead e este foi seu melhor post até agora.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Taísa disse...

Quem será que excluiu isso tudo?

Unknown disse...

Até a Sandy abandonou Tolstói e foi virar devassa.

Luiz Americo disse...

Supertramp era o cara!!!!