A felicidade, o curso de Administração e a minha vontade de andar pelada no meio na natureza

Estaríamos diante do fim do "Assim Falou Szabatura"? Meu filho prodígio que tantas alegrias trouxe está aqui; paralisado, abandonado não só pela mão que balança o berço, mas também pelo seu público mais cativo. Tivemos boas fases, de grande visitação, elogios diversos e xingamentos mil. Agora tudo parece distante e eu já não escrevo com a intensidade de antes. Não por falta de tentativas. Foram inúmeras as linhas começadas e abandonadas. A desculpa não é nem falta de tempo e sim a falta de inovação. O mote está desgastado. Porém, serei como aqueles que morrem lentamente, em agonia; parar no auge é para os covardes. Valentia é degradar até o triste fim, diante do público, com a cara lavada para a crítica.
Daí como bom astro em declínio pensei a começar a me drogar e, indo atrás de meios para isso, recebi o seguinte email:
Taísa, ter uma vida sujeita a entorpecentes ilícitos é um grande passo. Passo este que apoio, porém, com uma pequena ressalva: gostaria de conversar com seus pais antes. Ver o que eles acham e se concordam com tal atitude. Só burocracia, para seguir o protocolo. Depois disso é só juntar copias dos seguintes documentos: três últimos contracheques, comprovante de residência e, claro, um documento atestando a supracitada anuência dos pais.
Diante da resposta deste amigo, que tratou meu pedido com escárnio, eu até desisti da empreitada, pelo menos por enquanto. Agora estou numa vibe fortíssima do não-consumismo e abandono da internet. Em contato com autores com Thoreau e Tolstói entrei neste clichê máximo da civilização. Quem diria que eu, Taísa Szabatura, ex-modelo, seria uma esquerdista de merda? Não sei viver, mas um grande passo é tirar meu rosto da frente deste monitor. Ficar só o tempo necessário na web. Pois bem, definamos necessidade. Meus emails, um texto aqui outro alí, a Folha que é preciso ler, outros jornais, uns blogues e já passo a tarde aqui. Não consigo tomar decisões, vejam o Twitter, quem precisa de Twitter? Será que estou bêbada? Estou aqui na minha nobre universidade e ao meu lado consta um rapaz comprando um saxofone no Mercado Livre. Fantástico. Ele olha diversas fotos e discute com seu amigo qual o melhor modelo, local para por a prancheta e outras coisas. Já eu não tenho vontade de comprar nada. Não tenho vontade de fazer nenhuma coisa nova e talvez eu seja a única pessoa na galáxia pensando em desistir da faculdade de Jornalismo no oitavo período. Eu poderia aprender alemão, assim diversas pessoas que me enganam dizendo que sabem falar alemão, não me enganariam mais. Ler Goethe no original e o que mais? Brasil, o que corrói as minhas entranhas? Será que isso ocorre com todos os acadêmicos? Será que vou terminar a faculdade no batido desejo de viver para a filantropia? Só digo uma coisa: a universidade, no sentido clássico do termo, foi um lugar mesquinho comigo. Certas leituras, de fato, me mataram. Se ao menos eu fosse como aquelas pessoas que cursam Administração; leem porra nenhuma e sonham em criar riqueza a partir do nada. Sou muito fã, de verdade.
Acompanhe neste blog qual será o próximo clichê da juventude que perseguirá o meu espírito. Estamos ansiosos, fique atento.

6 comentários:

desconhecido autor disse...

Gostei da parte de andar pelada. Pena que ficou só no título.

Menos computador e mais maconha? Por que não os dois? Eu recomendo.

Quanto ao blog, quem precisa de leitores, não é?

Não deixe a chama se apagar. Nem o baggie.

Paz.

Taísa disse...

Em nenhum momento falei maconha, hermanito. Você é muito in nessa vibe do fumo, mas let it be.

desconhecido autor disse...

Eita, Taísa. Era segredo? Desculpa.

Taísa disse...

Você entendeu tudo errado; não existe segredo e não existe maconha. Sempre que eu falar em 'drogas' estarei me referindo aos remédios controlados. Essa vida Marcelo D2 não combina comigo. É isso.

desconhecido autor disse...

Ei, pô. Você não pode contar o sentido das coisas que escreve. Tem que "deixar a interpretação aberta para quem lê". Acho que tenho falado muito em maconha porque não tenho fumado nada. Seca braba. Aonde vamos parar?

borges disse...

"Ficar só o tempo necessário na web"
Por favor(sério), se a sinhá conseguir uma estratégia que funcione, poste aqui, pode ser?

Tenho lutado bravamente com vícios relacionados à web, mas não é fácil mesmo...

boa sorte, kamaraden.