Como subir e descer na boquinha da garrafa em tempos pós-modernos

Preciso confessar que depois que arranjei um segundo emprego a minha vida de blogueira tem fracassado consideravelmente. Tenho me rendido ao rápido Twitter, o que faz com que a galera do intelecto superior torça o nariz. Quando mais longe você ficar das redes sociais mais esperto você é. Eu até concordo com isso, mas eu sou do povo, eu sou um zé ninguém; e convenhamos, ficar sentado com a perninha cruzada reclamando da juventude de hoje está fora de moda. Atualizemo-nos.
Agora eu tenho um plano novo em minha vida: criar uma terceira dimensão onde eu tenha tempo para dormir, cursar Letras, cursar Jornalismo e assistir aos mais irrelevantes seriados da televisão americana. Algo me diz que meu relacionamento com aquele Físico não deveria ter acabado. Quem sabe ele pudesse fazer alguma coisa com relação a isso. Sabem, não sei calcular a existência de buracos negros.
Falando em cursar, já me matriculei em boa parte das dez matérias que irei enfrentar neste semestre. Algumas prometem. História da Arte, Introdução ao Texto Poético e Dramático e Jornalismo Literário, onde certamente reprovarei. Nessa última é preciso escrever um livro reportagem nos moldes de A Sangue Frio do Truman Capote. Ou seja, você precisa escolher um crime envolvendo assassinato e escrever um livro; vou repetir, um livro sobre o caso. Entrevistar envolvidos, advogados e o baile todo. Sou bem mais o célebre Gay Talese, também dito "jornalista literário", o qual tive a oportunidade de ver ano passado em São Paulo.
Como sou bem jeca, lembro até de ter chorado na palestra do cara. Existem poucas pessoas que sabem o que querem ser quando crescer e eu fico feliz em saber que sou uma delas. Quando Talese indicou Francis Scott Fitzgerald para uma plateia repleta de futuros profissionais eu entendi exatamente o que ele quis dizer com aquilo. Esquecerei o fato de ele também ter indicado Ernest Hemingway. Sabem né, frases curtas não estão com nada, mas também não precisa bancar o Saramago.
Tá, nem vou entrar no questão do 'ser jornalista não é saber escrever bem', por que é, mas não é a totalidade da profissão. Agora que finalmente alcancei um cargo de repórter em um jornal diário local, vejo como as coisas não são tão poéticas, mas ainda sim necessárias.
No mais, quinta-feira irei para Florianópolis dar uma checada no bronzeado da Beyoncé. Minha irmã que recentemente decidiu fazer doações as pessoas carentes, congratulou-me com um camarote. Não, eu não fico escutando bandinhas de garagem do rock inglês que ninguém conhece só você. Afinal, com que fundo musical eu dançaria de calcinha na frente do espelho? Sergei Vacilievich Rachmaninoff? Acho que não.

7 comentários:

Anônimo disse...

calma to lendo ainda

Taísa disse...

Engraçadão.

Ari Denisson disse...

Os títulos de seus posts ostentam uma erudição comovente (já vejo Sheldon Cooper manifestar-se e adianto: — Não, não é sarcasmo) e plástica. Quiçá tão plástica como um vasilhame Caçulinha Tupperware®, capaz de albergar as mais diversas substâncias.

Luiz Americo disse...

Bem que poderiam deixar ler o Diarinho na net né

Taísa disse...

O Diarinho é concorrência.

BLOG do GIBA de OLIVEIRA disse...

BOM...
quem escreve é vc. devo me limitar ao comentário do que leio, se me permite, com certa inveja a respeito da cantora.
Mas tenho que te dizer novamente: é muito BOM ler o que vc escreve.
É esse tipo de leitura que faz bem pra gente.
Mas minha amiga, volta pro Blog e deixa dessa viadagem do Twist...

borges disse...

apesar de não crer que o trabalho e o twitter tenham afetado a qualidade desse blog, torço pra que isso não aconteça.

ps.: como é saber o que vai ser, quando crescer?