Apesar da demora para responder esse email, sinto que preciso começar com a seguinte poesia que só não ganhou o Nobel por um mero descaso daqueles caras da Suécia, ou seja lá onde essa laureação é concedida:
O que te envergonha?
Eu não sou menos digno
Porque eu fumo maconha.
Rima né? Tenho um problema, estou completamente obcecada, (não sei escrever obc[sc]ecada, confesso: nem tudo que é gramatical me faz ir a loucura. Aliás, obcecada me lembra John Secada que talvez seja um cantor ou um ator, tanto faz). Voltemos; a minha paixão pela banda Kings of Leon já começou a ser tão ridícula quanto a minha prática doentia pelo Padre Baloeiro. A banda é toda indie e com batidinhas Strokes e, apesar de serem americanos, seu grande público é europeu. Existem relatos de shows históricos ocorridos em solo londrino, segundo me informei na Wikipédia ou algo assim. O meu plano agora é condenar todo mundo que começa a escutar a banda porque "virou modinha"; ou mais, vou começar a me vestir com calças justíssimas na canela e ténis encardido; uma camiseta vintage e um colete de jeans ou couro. Vestindo-me assim representarei toda uma geração cansada das músicas comerciais e do pop americano etc. Você não sente um amor por essa geração? Eles são modernos, entendem de moda e de música. Verdadeiros prodígios. Pensando bem, eu não posso falar nada, faço parte da juventude que acha que entende de literatura. Realmente, depois de começar a ler Bahktin e entrar em contato com a Teoria Literária percebi diversas coisas que antes eu só percebia através de buscas vazias ao Google. Agora leio apenas contos, e ao ler gente de calibre como Charles Dieckens, James Joyce, Julio Cortazár, Katherine Mansfield, Hermann Melville; percebi que não sei escrever bem. Veja, ao notar a pequenês das coisas que escrevi até agora, não sei se deleto todo o meu acervo de contos, se os refaço ou se fico apenas pensando no assunto. Demoro para tomar grandes atitudes. Ah, se você quiser esses contos que citei, posso encaminhá-los. Pêdeéfes ótimos com o idioma original e a tradução logo ao lado, recomendo. E aquele Bukowski que você estava lendo, em qual das pernas anda? Não lembro nada que você escreveu no último email e tampouco me sinto inclinada para ler tudo outra vez. Sorte é saber que você também é egoísta e nem vai responder nada daqui. A cumplicidade não é ótima?
P.S- Tomarei a liberdade de postar esse email no meu blog. Esse nem é um bom email, mas preciso acalentar um público fidedigno. E para os leitores do blog um esclarecimento: Padre Baloeiro é o apelido de um cara que me dispensou e sumiu.
Att,
Taísa Szabatura.
szabatura@gmail.com
3 comentários:
olhando no last-fm, vejo que não ouvi Kings of Leo nos últimos meses, mas tem umas 107 execuções de músicas deles. Mas não posso me dizer original, porque só passei a ouví-los, porque Deus(o Bob) disse que Trani era uma pérola, e precisei confirmar.
Vou declarar minha invejinha pelo curso que a sinhá tem feito(o de Letras). Basicamente, é "obrigada" a ver, ler e pensar em mestres biteludos, constantemente, pelo visto?
Bom, acho que faço parte do público fiel. Então posso dizer que gostei muito do estilo dos últimos dois posts.Tem algo diferente, tem coisa refinada, eu acho, tem algo melhor.
té
Então, antes de comentar pra Taísa, me dirijo ao borges, no último post, sei que o algo melhor sou eu... nos outros nem sei...
Para a Taísa: respondi o e-mail já! aviso por aqui pq sei que vós sois doente por essa tranqueira.
bjaum
Victor, a humildade...
(usted es genialíssimo, dude)
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