Se você passou a maior parte da sua vida escutando a frase "nossa, como você escreve bem" há uma chance muito alta de não haver nenhum talento para escrita correndo pelas suas veias. Esqueça todas aquelas vezes em que as suas professoras de Língua Portuguesa choraram emocionadas diante da sua redação sobre as suas férias, pois a vida é dura, e elas estavam mentindo.
E pesar de muita auto-análise, foi só na metade da minha vida adulta, na qual ainda sou sustentada pelos meus pais, que percebi que seria plenamente feliz se tivesse cursado Psicologia ou História. Porém, ao invés de escutar meu S2, escutei meu ego e agora preciso escrever um livro-reportagem (trabalho de conclusão de curso) para terminar minha graduação em Jornalismo.
Meu problema, amigos, não é a nota, o diploma, ou qualquer coisa nesse estilo, na universidade particular, vocês sabem, tudo é uma festa, não tem esse negócio de reprovar, a questão é: TAKE MY BREATH AWAY TÃ NÃ NÃ, mentira, a questão não é essa, não há nenhuma questão, eu não sei do que estou falando.
Entretanto, o sofrimento é real, sento a minha bundinha em frente ao computador, faço até as unhas para ter algo colorido para olhar, mas aquele texto-fio-maravilha simplesmente não acontece. Daí faço de tudo para não escrever; limpo a casa, estudo alemão, escrevo este texto, brinco com os meus ursinhos de pelúcia, mas nada de um parágrafo digno para apresentar ao professor.
E como não tenho criatividade, nem para escrever no blog pessoal, encerro (mas já?) recomendando qualquer texto da Clarice Lispector ou daquele tal de Caio Fernando para vocês sentirem que esta postagem não foi em vão. Talvez vocês até consigam descolar uma frase de efeito ou qualquer coisa assim. Não sei se deixei claro que detesto ambos os autores, enfim.
10 comentários:
Taísa, te acho muito foda.
Enfim, até sigo o Caio Fernando Abreu, mas releve, estou num momento em que até Paulo Coelho me ajuda. É fraqueza mental, meu pai é que me diz: guria fraca das ideias.
Não quero aconselhar, nem nada, mas nos momentos diários de empacamento diante do meu livro, o que resolvia sempre era uma lidinha em qualquer coisa da Eliane Brum, Coca-Cola e música instrumental (que era pra não ter como cantar junto).
A coisa funcionava lindamente na época e fiz um trabalho razoável. E claro, escrevi as últimas linhas no dia de entrega.
Obrigada pela dica, estou realmente precisando de ajuda. Achei que não seria tão difícil!
Se vc não encontra um tema genial, pense em algo que vá ser o mais divertido possível.
E acabo de descobrir que não é o Roxette que canta a música.
Também tô empacada no meu livro-reportagem, mas poxa vida, todo mundo me falou durante a faculdade que eu escrevia tão bem. Tristeza :(
E já disse mais de uma vez - leave Caio Fernando / Clarice alone. Nada contra, mas os pobres precisam descansar em paz, né?
Bora para São Paulo?
Já deveríamos estar lá!
Sei, não! vai dizer que não a entendes? Densidade, superfície, labirinto e estrada. Vida, simplesmente. Vai lá de novo.
Gostava da época em que você não trabalhava, aí o Blog não ficava tão abandonado assim.
Taísa, demita-se.
Quando falam que você escreve tão bem o melhor a se fazer é encontrar outra coisa pra fazer da vida.Talvez malabares na rua, pirotecnia em raves ou algo na área de segurança do trabalho.
Enfim, tá tudo complicado. Odeio a Clarice Lispector também.
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