O mundo acabará em 2012 e eu não terei me formado em Letras

Mas é claro que nunca terei um emprego de verdade. Hoje em dia é moda dizer "cuidado com o que você publica nas mídias sociais etc, as empresas estão de olho". Vejam bem esse nobre espaço. Você contrataria essa que vos escreve para fazer qualquer coisa? Delicado responder. Apesar de eu ter uma formação significativa, é inegável que não tenho nenhuma estrutura emocional; fora outros defeitos como não conseguir falar palavras com mais de três sílabas, fico altamente confusa. Raramente converso e vocês sabem como a vida não é fácil.

Eu tenho medo de vocês, essa é a história por trás dos palcos. Também me apaixonaria pelo meu chefe, pelo psicanalista da empresa (amo psicanalistas, casem comigo!), pelo cara que faz o café, pelas mulheres bonitas que eu acreditaria serem lésbicas e por quem mais aparecesse. Fico muito no afã de agradar a rapaziada que decido amar geral para ver se sou aceita. Sim, eu tenho gravíssimos problemas psicológicos, nunca os neguei, não façam essa cara de nojinho.

Daí sei lá, meu pai vai me sustentar pra sempre, e tentarei ser feliz assim. Não há nada de errado nisso. Sim, eu trabalho atualmente, mas né, digo um empregão, daqueles chiques que a sua mãe faz uma festa e liga prazamiga para contar que você foi contratada. Diante dessas grandes verdades fico até com vontade de largar as duas faculdades, o estágio e o projeto de pesquisa. Para quê o esforço se supostamente queimei meu filme na internet?

Pois não importa o seu currículo, se você alguma vez, em algum recanto obscuro da internet, escreveu "bebi todas na festa ontem e fiquei nua" você não serve para servir a sociedade. Tipo, nunca fiquei nua em festas, mas e se, de repente eu quiser ficar e relatar a experiência aqui? Vêm, vamos embora que esperar não é saber.

Estou com tanto medo da minha formatura (em Jornalismo, Letras só em 2013) que se aproxima que acho que vou me matar só para ter um fim digno. Eu quero um empreguinho! Não mãe, eu não vou me matar, eu estava sendo irônica. Pare de ler o meu blog. Acho desconfortável. Então, contei pra vocês que fiz exame de sangue estou doentíssima, praticamente nas últimas? Sim, eu sei, como vocês vão viver quando esse blog não existir mais? Complicado. Tenho fé que existirão outras meninas neuróticas de 23 anos dando sopa por aí. Nunca mais estudei alemão, comecei a ler best-sellers e em breve vou montar um fã-clube da Martha Medeiros e outro da Lya Luft de tão ignorante que estou me saindo. Nossa, nem consigo conter o riso de tão engraçado que achei esse lance de fã-clube da Lya Luft. Preciso confessar que ocasionalmente me acho engraçada. Sua inveja faz a minha fama.

O problema é que nem sempre as pessoas estão rindo e, não raro, sou agredida verbalmente. Então, fica assim estabelecido: 1)eu só quero ser amada; 2)quero ter um empregão legal; 3)quero ter filhos. Não quero plantar uma árvore ou escrever um livro. Sei lá, tinha umas plantas na sacada e a 'mulher da dengue' (aquela galera que fiscaliza as casas) fez uma baita cara feia. Talvez meu talento não esteja na botânica. E quanto ao livro; eu entro numa intensa bad trip, pois preciso confessar a mim mesma que não existe uma verve literária no meu corpo. Céus, que vida horrível. Quanta crueldade, Oh!

7 comentários:

Sílvia Mendes disse...

porra taísa.

Larissa Guerra disse...

O mais curioso é que você copiou a postagem e esqueceu de tirar o "Univali Webmail" do final do texto.
Então, essa coisa de arrumar um empreguinho é bastante estranha. Eu, mesmo formada, sofro de bullying pelos meus pais. ele, porque acha que trabalhar em jornal não é nada perto de trabalhar em TV. Ela, porque acha que o jornalismo é só um bico e logo eu preciso passar em um concurso público, preferencialmente em vagas administrativas.
Já falei que dou a maior força no seu projeto de ter filhos. Bolsa família está aí para isso.

Ari Denisson disse...

Até um tempo Eros Grau, se quisesse, não trabalharia no Bradesco. Com uma barba daquelas? Num lampejo de sabedoria, entrou para o serviço público e virou ministro do STF até se aposentar. Livre-expressão é mó queima-filme mesmo. O caminho é esse.

Começo a achar que era melhor quando a cabeça das pessoas era medida pelo Psicotécnico.

Engraçado é que agorinha há pouco recebi a visita de um "cara da dengue" que fez Letras comigo! Nunca mais reclamo da limitação de opções de trabalho proporcionada pelo meu curso.

Tamara disse...

Ia perguntar pq tava com essa propaganda do webmail da Univali, mas a Larissa já esclareceu minha dúvida.

Tathiana disse...

Eu tipo fiz biologia, mas trabalho como técnica química. Sim, passei num concurso público. Grandes merdas. Meus pais nem deram uma festa por causa disso. Aliás, meu pai não quis nem pagar minha inscrição no vestibular, por isso, agradeça se o teu te sustenta. Ah, deixa te contar: tô trabalhando totalmente desviada de função. E odiaaaando. Legal, né? Acho q devia aproveitar q sou bióloga pra ficar procurando mosquito na casa dos outros... Melhor que essa bosta que tô fazendo aqui.
Tb já tive um filho... Mas porra, tô com 32 anos (engravidei aos 30)... Então, calma que vc chega lá. Mas aconselho q tenha um emprego antes, mesmo que seja um escroto feito o meu. Porque criança gasta, né? E vc nem sabe qt...
O que me deixa feliz aqui é saber que não sou a única desequilibrada da blogosfera, quiçá do mundo! hahahahahahaha
O pai do meu filho me mandou escrever um livro que ele patrocina. Seria algo sobre "como fazer um relacionamento fracassar". Vou pensar na idéia, pois, teoricamente, depois disso posso morrer (que minha mãe tb não leia isso. Aliás, ninguém lá de casa).
Bjs.

Taísa disse...

Tenho fé na moça de cima.

Tamara disse...

Cada vez que eu entrar no blog e não tiver uma atualização, vou marcar "achei uma merda" no quadradinho.

Não vai mudar nada, vamos tudo morrer mesmo, mas tô afim de ler novos posts.

Beijos!