Em busca do tempo supostamente perdido e a certeza de que um dia conhecerei Berlim

Uma das coisas que não aconselho a ninguém é ficar com um cara gordo durante o verão. Pior ainda se o cara tiver tetas, daquelas enormes e moles que são quase maiores que as suas. Porém, antes de pensar em aderir ao silicone para ficar mais bem dotada que o amado, veja que existem mais peixes no oceano. E outra, suor é uma parada que não tolero. Morra, vá para o inferno, volte das trevas, mas não sue e finja que nada descomunal está ocorrendo com o seu corpo. Eu entendo que a vida é difícil, que é legal comer e que realmente faz um calor do caralho no verão, mas vamos manter o bom senso.

Daí não podemos julgar ninguém pela aparência etc. Ou seja, estou falando de uma questão de higiene caso alguém tope me ofender pela superficialidade. Só sei que depois do último verão fiquei tão traumatizada que nunca mais fiquei com ninguém. Decidi que o mundo dos relacionamentos é um lugar sujo e mesquinho, principalmente quando um cara que você conheceu pela internet confessa que se masturba com o seu blog.

Daí você se sente mal como mulher. Você loira, um metro e setenta e oito, sessenta quilos (mal distribuídos é verdade, mas já foram setenta e oito) e a galera levando em conta como sensualidade as coisas que você escreve. Não sei, sonho com um relacionamento onde eu não precise ameaçar ninguém com um boletim de ocorrência. Deve existir, tenho certeza.

Vejam vocês como tenho levado minha vida. Com a ajuda de deus formatei meu computador e agora tenho Windows XP. O teclado continua sem funcionar plenamente; o 'r', 'y', todos os números e as flexinhas não funcionam. Daí coloquei um teclado USB por cima do teclado original e me senti muito miserável. Eu poderia ter uma vida mais digna, entretanto, existe a possibilidade de um segundo emprego. Amanhã darei alguns telefonemas (do telefone público com um cartão de 40 unidades).

Da última vez que tive um segundo emprego as coisas foram complicadas, principalmente quando chegava em casa de noitão e chorava em posição fetal com medo do amanhã. Porém, estou pensando em iniciar um vício em cocaína para dar conta do meu sustento e do meu estudo. Ninguém mais quer me receitar remédios como Ritalina, o que é um grandecíssimo vacilo tendo em vista o tanto que pretendo estudar até o mês de dezembro.

Outro erro: comecei a aprender alemão, mesmo sem ter dominado o francês. Tenho andado num estado catatônico pelas ruas e se você me perguntar alguma coisa, certamente responderei outra. Vejo bocas se abrirem e fecharem, caras incrédulas; alguma interrogação. Fico alí, encarando o nada, esperando que as frases sejam repetidas. Sem dinheiro, sem compreensão, sem habilidade, sem disposição e piadas em aberto. Por aí vai.

Por que eu acordo todo dia e digo a mim mesma: "Taísa, don't belive the Hype, tome café e ignore essas bizarrices que são defendidas com cara de sabedoria".